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Índex Análise Técnica

Por dentro da caixa-preta das estratégias quantitativas

Mas o que é um modelo quantitativo? Essa é uma das perguntas mais ouvidas pelos gestores de fundos quantitativos. No entanto, devido às restrições impostas pela própria natureza desses fundos, os modelos utilizados seguem, na sua grande maioria, desconhecidos aos investidores (por isso, o apelido de "black box").

O objetivo deste artigo é mostrar como funciona um modelo quantitativo. Antes de prosseguirmos, seria importante definir o padrão de modelo quantitativo utilizado como referência neste texto: uma estratégia de "trading" totalmente autônoma, ou seja, com capacidade para operar sem nenhuma interferência do gestor, cujo objetivo é obter lucro por meio da compra e venda de ativos.

Utilizaremos este modelo porque, devido à sua autonomia, todos os aspectos importantes para o seu funcionamento devem estar contemplados na suas regras, por exemplo: o que (e quando) comprar ou vender, qual o tamanho da posição e como executar as ordens. É importante lembrar que a estrutura aqui proposta, apesar de não ser universal, é útil porque captura as principais funções que um modelo quantitativo deve ter.

Podemos dividir a estrutura dos modelos quantitativos em três componentes: "alpha", "risk management" e "execution". Vamos começar analisando o componente do modelo chamado de "alpha".

Não existe um nome específico para esse componente, podendo ser chamado de "alpha", estimador, previsor, "core", núcleo etc. É nele que estão especificadas as regras responsáveis por antecipar o que vai acontecer com o mercado e, assim, determinar quais são as posições que o modelo deve ter.

Todo modelo quantitativo nasce da identificação de algum padrão no comportamento do mercado. A ideia é que se existe um padrão no comportamento do mercado, então é possível prever o que vai acontecer e, portanto, ganhar dinheiro com isso. A maior parte do tempo do gestor quantitativo é voltada para a procura desses padrões. São as regras existentes no "alpha" que determinam a classificação do modelo, por exemplo: tendência, reversão a média, long-short, "market maker" etc.

O próximo bloco a ser descrito é comumente chamado de "risk management". Quando um gestor decide utilizar um modelo quantitativo, ele está disposto a aceitar os riscos das operações ali determinadas porque acredita que no longo prazo o retorno será positivo.

Não existe um padrão de "risk management" universal. Cabe ao gestor identificar os riscos existentes e assim determinar qual é a metodologia que mais se adapta ao seu modelo quantitativo. Um exemplo de metodologia de controle de risco é a que determina o tamanho das posições de acordo com a volatilidade do mercado.

A teoria por trás desse modelo é a que quanto maior a volatilidade, maior o risco. Portanto, para manter a exposição de risco do modelo constante, as posições devem ser inversamente proporcionais à volatilidade.

Outra opção utilizada é relacionar o tamanho das posições à força do indicador calculado no "alpha". A ideia é que quanto maior a força do indicador, maior o retorno esperado para aquela operação e, portanto, maior deve ser a aposta na mesma. Por exemplo: quanto mais o preço relativo entre duas ações se distancia da sua média, maior é a probabilidade desse desvio se reduzir e, portanto, maior deveria ser a aposta nessa direção.

O terceiro componente é conhecido como "execution". Esse bloco é responsável pela montagem das posições determinadas pelos dois blocos anteriores. Ele consolida as informações recebidas de cada um dos dois blocos e executa as ordens necessárias para construir o portfólio determinado. O seu objetivo é formar a carteira da melhor maneira possível, o que normalmente significa executar as ordens com o melhor preço possível.

Ele também é responsável por informar aos componentes anteriores sobre as ordens executadas. Assim, eles são capazes de saber qual é a posição a cada instante e assim enviar novas ordens para o "execution". Sistemas que operam com baixa frequência muitas vezes não apresentam esse bloco e, nesse caso, os gestores assumem as suas responsabilidades.

Como vimos, a estrutura dos modelos quantitativos remete às decisões que todos os gestores têm que tomar no seu dia a dia. É natural que seja assim, afinal, o objetivo dos dois é o mesmo. Talvez agora a caixa já não esteja mais tão preta assim.

Maurício Ferraz é sócio e especialista em análise quantitativa da Brookfield Gestão de Ativos





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