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Índex Introdução

A elite da tropa: nos bancos, missão dada é missão cumprida

Em toda e qualquer profissão existem os profissionais bons e ruins, os sérios e os "fanfarrões" (homenagem ao Capitão Nascimento), os que fazem o que é melhor para você e os que fazem o que é melhor para o próprio bolso e para a promoção de si mesmo.

Em toda e qualquer profissão, o número de pessoas boas e sérias tende a ser infinitamente superior ao de ruins e desonestas. Podemos pegar qualquer exemplo, passando por professores, médicos, mecânicos e afins. Talvez até na classe política possa haver um "empate técnico".

Existe uma e somente uma profissão em que guardo alguma desconfiança sobre essa proporção. Não no quesito "roubar", mas no quesito "seriedade, o que é melhor para ele e não para mim". A atividade de que vivo e que a maioria chama de consultoria financeira - ou o nome que CVM preferir e que signifique mais ou menos a mesma coisa.

Vamos incluir nessa lista os gerentes de bancos e similares, pois, apesar de não ser exatamente essa a profissão deles, acabam aconselhando as pessoas sobre o que fazer com o seu dinheiro, onde investir e a melhor hora para tal. Como diria Capitão Nascimento ao batalhão: Missão dada é missão cumprida !!!

É assim, no meu imaginário, que funcionam as reuniões nos grandes bancos de varejo do Brasil entre os diretores ou supervisores com os gerentes e o resto do staff. Só pode ser isso. Só isso explica a impressionante onda que assola os clientes a cada mês, como a mais nova e rentável aplicação que o Banco XYZ preparou apenas pra você, cliente preferencial.

Evidentemente, o começo disso foram os famosos e famigerados títulos de capitalização. E esta aí uma coisa que ainda não consigo conceber: como alguém sério, que não trabalhe em banco, pode oferecer isso como opção. Depois vem os estágios de cartões adicionais, financiamentos a custo baixíssimo, crédito pré-aprovado e outros produtos que o batalhão coloca "no saco" para nós clientes; afinal, "parceiro", quem quer rir tem que fazer rir também.

Quando a bolsa despenca, aparecem os famosos fundos de capital protegido. Esse é o famoso: "PEDE PRA SAIR !!!!". Você absorve todo o prejuízo e agora que está tudo a preço de banana o gerente lhe oferece uma benevolente opção: daqui pra baixo, o banco paga; daqui pra cima, parte de tudo o que você ganhar com o seu dinheiro é nosso !!!! É sensacional. Meu sonho é ver esse produto sendo ofertado hoje com o Ibovespa aos 73.000 pontos. Por que será que isso não ocorre ?

Tudo isso para contar o épico dia em que me encontrava na sala de espera do meu banco, enquanto meu gerente conversava com uma senhora de aproximadamente 80 anos. Nesses minutos de espera, tocava na minha cabeça a música tema do filme Tropa de Elite: "Tropa de elite, osso duro de roer, pega um pega geral, também vai pegar você!"

A senhora possuía recursos, não confiava em ninguém e quis que o gerente a auxiliasse com esse dinheiro. Conversa vai, conversa vem, o gerente, lembrando que "missão dada é missão cumprida", empurrou um PGBL para a senhora.

Foi surreal. Uma senhora de 80 anos (aposentada é claro) fazendo um plano de aposentadoria com o qual ela teria que contribuir por 35 anos (ok, a expectativa de vida aumentou, mas vamos com calma) para, aí sim, colher todos os benefícios fiscais vendidos como grande trunfo na escolha.

Se estivesse na espera o Capitão Nascimento e não eu, ele pegaria o gerente pela gravata e gritaria: "Gerente, o Sr é um fanfarrão !!!!"

Você, nobre leitor, cuidado com os investimentos que lhe são sugeridos. Saiba diferenciar quando a pessoa está preocupada com você ou com suas metas. Se eles são obrigados a cumprir a missão, você pode perfeitamente pedir pra sair.

Como diria nosso grande super-herói: "O buraco é mais fundo do que parece e o sistema..., o sistema parceiro, só funciona se todo mundo fizer sua parte".

No nosso mundo, fazer a sua parte é cuidar para que as pessoas entendam e aprendam cada vez mais sobre os investimentos e sobre quais vantagens e desvantagens em se aplicar aqui ou ali. Enquanto isso não for plenamente verdade, os clientes precisarão continuar a usar o "caveirão" quando forem entrar em um grande banco para aplicar seus recursos.

Luiz Gustavo Medina é sócio da M2 Investimentos





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