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Índex Introdução

Entre a análise gráfica e a busca do fundamento e do dividendo

Fernando L. da Cunha
01/10/2010

Qual a grande diferença entre gerir uma carteira em bases fundamentalistas ou por meio de análises gráficas ou outras técnicas?

A maior diferença é que a baseada na análise fundamentalista leva o investidor a descobrir o VALOR da empresa em vez do PREÇO de sua ação. Como diz o megainvestidor Warren Buffett, PREÇO é o que se paga e VALOR é o que se leva.

A busca de uma boa opção de investimentos apenas pelo preço acaba por limitar o nosso campo de conhecimento e aumenta substancialmente o risco. Ela nos coloca diante de inúmeras variáveis, e sabemos que, quanto maior o número de variáveis, menor a chance de acertar o alvo e maior o risco.

Na busca pelo melhor preço, temos que levar em conta as oscilações das moedas, das taxas de juros, das contas externas, da política interna e externa, do humor dos governantes ao redor do mundo. Só não levamos em conta os números da empresa. É bem verdade que o ganho poderá ser substancial, mas a perda também.

Nunca me esqueço de uma história que ouvi quando ainda era estagiário. Um velho amigo me contou que seu diretor, numa determinada reunião de investimentos, recomendou veementemente a compra de uma ação pelo fato de a cotação estar bem abaixo do valor de seis meses antes. Interpelado por outro diretor a respeito dos parâmetros usados para justificar a recomendação, ele voltou-se para todos e disse : "a ação está 20% abaixo do preço que estava há seis meses , isto não é justificativa suficiente para vocês ? "

Existe também a crença na "lei dos pequenos números" pela qual ir de R$ 0,10 para R$ 0,20 é mais fácil do que ir de R$ 10,00 para R$ 20,00.

Todas estas "afirmações" trazem um fator psicológico, e quando entramos neste campo a análise técnica perde todo o sentido, e o imponderável ganha uma dimensão maior.

Já a análise fundamentalista nos permite ignorar num primeiro momento as cotações das ações para nos voltarmos aos valores das empresas. A partir do momento em que começamos a estudar os fundamentos da empresa, seus números, seus mercados, seus investimentos, suas perspectivas de vendas, começamos a entrar num campo aonde o ponderável predomina e o psicológico perde terreno. Começamos a fazer perguntas cujas respostas poderão ser comprovadas e passam a fazer sentido, a procurar o valor das empresas e a questionar sobre o que realmente estamos comprando e por quê.

Se a bolsa cair , veremos que a empresa continuará funcionando, vendendo, criando resultados, pagando dividendos, e portanto, existindo. O foco não estará mais na preocupação se a bolsa irá cair ou subir , e se cair, devemos comprar mais ações empresa escolhida.

Não pretendo provar que a análise fundamentalista é a única ferramenta para uma boa gestão. O especulador, o analista gráfico e outros gestores possuem suas ferramentas e as utilizam de maneira eficaz, porém, eles estão à procura de preço.

A análise fundamentalista privilegia a paciência e o longo prazo. Enaltece o VALOR em vez do preço que permanece apenas como uma referencia. Uma ação pode estar com o preço baixo e estar caríssima, enquanto outra pode estar barata com o preço alto. A análise fundamentalista mostrará conclusivamente quanto vale a empresa.

O jornal "O Globo" publicou reportagem no dia 13 de setembro constatando que o valor de todas as empresas cotadas em bolsas de 84 países somados sofreu uma desvalorização de U trilhões de outubro de 2007 a 10 de setembro de 2010, ou 27,8%. No mesmo período, a bolsa brasileira sofreu uma desvalorização de apenas 9% e as ações tiveram comportamentos heterogêneos.

A Vale caiu 23%, Petrobras perdeu 21% e Usiminas , 25%. Já a Souza Cruz subiu 69% (94% considerando-se os dividendos), a Tietê subiu 41% (84% com dividendos), a Coelce ganhou 11% (37% com dividendos ), a Telesp caiu 30% (ou 7% com os dividendos), a AmBev subiu 39% (48% em dividendos) e a Transmissão Paulista 16% (50% com dividendos).

Coincidência ou não , as empresas pagadoras de dividendos tiveram um desempenho claramente favorável , o que pode confirmar que os investidores priorizam o VALOR.

Fernando Leitão da Cunha é gestor e autor do livro Viva de dividendos





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