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Inflação versus investimentos: a importância da diversificação

Clayton Calixto

10/05/2011

Ao observar o desempenho dos investimentos ao fim do 1º trimestre, alguns deles ficaram abaixo do IPCA, que acumulou 2,40%. No começo de abril, os jornais estamparam em seus cadernos de finanças manchetes informando "Inflação supera investimentos no ano", "Aplicações perdem para inflação no acumulado do ano".

Enquanto isso, o Ibovespa registrava queda de 1,04%, a poupança, tida como investimento conservador, obtinha uma valorização de 1,74%, e o CDB (atrelado ao CDI), em média, subia 2,32% no mesmo período.

Nesse cenário, o que os investidores podem fazer para se proteger e não ver seus investimentos perderem valor para a inflação, como ocorrido no 1º trimestre deste ano?

Certa vez J. M. Keynes falou: "Sou a favor de concentrar meus investimentos tanto quanto o mercado permita [...] Supor que segurança consiste em se fazer pequenas apostas num grande número de companhias sobre as quais eu não tenho informações para fazer um bom julgamento, comparada a uma posição substancial numa companhia sobre a qual eu tenho uma informação adequada, parece-me uma paródia". Porém, a teoria moderna de finanças demonstra a importância da diversificação dos investimentos.

Na década de 50, Harry Markowitz publicou o livro "Seleção de Portfólio", segundo o qual a maioria dos investidores prefere retornos elevados com um mínimo de flutuação sobre o patrimônio investido. Para Markowitz, o aplicador pode criar uma carteira eficiente olhando não apenas ativos individuais, mas explorando as diferentes correlações entre os diversos ativos financeiros.

É a distribuição dos recursos entre modalidades de aplicação que resultará em um portfólio eficiente. Tal distribuição nada mais é do que a alocação de ativos, que pode ser de duas modalidades: estratégica e tática.

A primeira é por natureza passiva e tem como finalidade alinhar a distribuição de recursos entre ativos financeiros de acordo com objetivos, limitações orçamentárias e tolerância ao risco do investidor em questão. Tais características tendem a ser relativamente estáveis ao longo do tempo, o que justifica a passividade da alocação estratégica.

No tocante à alocação tática, esta é uma forma de procurar agregar valor à carteira por meio de "timing", isto é, a tentativa de antecipar movimentos dos diferentes mercados e privilegiar ou punir certas classes de ativos em determinados momentos tendo por base a alocação estratégica. Há grande crítica na literatura especializada à alocação tática para carteiras com largo horizonte de investimento, as quais têm como principal fator de performance a gestão paciente e disciplinada da alocação estratégica.

Exemplificando a importância da diversificação, montamos a seguinte carteira de investimentos: 70% em investimentos atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), 15% em renda variável, 10% em multimercados e, por fim, 5% em ouro - principais ativos disponíveis no mercado financeiro.

Simulamos a carteira por dez anos, desde o 1º trimestre de 2001 até o 1º trimestre de 2011. No período, observamos que apenas em três trimestres a carteira obteve desempenho abaixo da inflação (IPCA), ou seja, em apenas 7% de todo o tempo de sua existência a carteira ficou com desempenho abaixo da inflação - em mais de 90% do período, a carteira superou o IPCA.

Comparando os dados do 1º trimestre de 2011, a carteira obteve um ganho de 2,69% contra 2,43% da inflação, ganho real de 0,25%. Observando o comportamento ao longo de sua existência, obtemos os seguintes resultados para os prazos de 12, 36, 60 e 120 meses, ganho real de 5,54%, 23,41%, 73,06% e 135%, respectivamente. Dessa forma, podemos afirmar que a diversificação e o horizonte de investimentos são fundamentais para o ganho real do investidor.

Lembre-se que a diversificação da sua carteira aliada ao prazo são atitudes que gerarão lucros aos seus investimentos.

Clayton Calixto é estrategista de investimentos pessoais da Santander Asset Management. (Colaborou Aquiles Mosca, superintendente executivo comercial e estrategista de investimentos pessoais da Santander Asset Management)

E-mail clayton.calixto. com.br

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.





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