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Investidor tem de estar atento, diz Matta Machado

Por Angelo Pavini
11/11/2010
Jornal Valor Econômico

A onda dos chamados "esquemas Ponzi", homenagem ao golpista ítalo-americano Charles Ponzi, não é exclusividade nacional, observa Luis Gustavo da Matta Machado, responsável pela BM&FBovespa Supervisão de Mercado (BSM). Ele conta que, em uma reunião recente da Financial Industry Regulatory Authority (FINRA), maior instituto independente de fiscalização do mercado americano, o principal assunto era um mini-Madoff (alusão a Bernard Madoff, americano que provocou prejuízos de US$ 50 bilhões a investidores) que enganou os próprios agentes do FBI durante anos prometendo altos retornos em investimentos para aposentadoria.

O responsável pela fraude, que também trabalhava no FBI, acabou se matando. "Aqui tivemos um caso de uma pessoa amiga de um diretor da bolsa em Minas que pediu informações sobre uma pirâmide, outro colocou um folheto na caixa de correio de um funcionário da bolsa, além de um que oferecia um curso que já induzia o investidor a aplicar", diz Matta Machado

A explicação para tanta gente caindo nesses golpes é a ganância, aliada à boa performance da bolsa. "O sujeito vê o mercado subindo 2% num dia, e acha possível ter aquele rendimento elevado sempre", diz. Outra coisa é a memória inflacionária, de quando os ganhos nominais eram elevados, 10%, 20% ao mês. "E aí vem o aproveitador e fala que pode ganhar a mesma coisa hoje e as pessoas acreditam."

A internet também facilita os golpes ao permitir a divulgação das promessas a um número maior de pessoas. "Por isso, nós batemos na tecla de que é preciso educar o investidor", afirma Matta Machado. Para ele, é preciso ter as noções básicas de risco antes de se aventurar, por exemplo, em operações a termo.

Matta Machado acha que o ideal para o pequeno investidor é começar aplicando em fundos de ações, em que há alguém sério cuidando dos investimentos. "Ou como fazem algumas corretoras, oferecendo sistemas de educação junto com a aplicação", diz. Para ele, somente com educação será possível à bolsa chegar aos 5 milhões de pessoas físicas. Não se pode, afirma, ter investidor que entra no mercado, perde e nunca mais volta. "É preciso saber que há o risco de perder."

Ele recomenda ao investidor se informar primeiro o máximo sobre o mercado onde vai atuar e seu funcionamento. Depois, procurar uma corretora que ofereça serviços de qualidade no conjunto. "O investidor não deve cair no canto da sereia do preço mais baixo apenas", alerta. "O custo é importante, mas está relacionado ao serviço prestado, e em alguns casos, R$ 1 mil pode ser barato e R$ 10 caro." No site da bolsa há um serviço, chamado "Vitrine das Corretoras", que pode ajudar nessa pesquisa.

Também no site da bolsa, outro cuidado deve ser olhar na área de supervisão de mercado e verificar se há reclamações contra a corretora pela qual se estuda operar. "Pode ser um sinal de problema", diz o executivo. "É preciso que o investidor se ajude", resume Matta Machado.

A BSM surgiu com a abertura de capital das bolsas. Como empresas com fins lucrativos, elas não poderiam continuar fiscalizando as operações e, para isso, foi criada uma entidade independente. Ela é formada por sete conselheiros - número que está sendo ampliado para nove este ano -, dois terços dos quais independentes e com mandato fixo de três anos. Há ex-diretores do Banco Central como Claudio Mauch, da CVM como Wladimir Castello Branco, e do mercado, como Luiz Forbes.

Há um representante das corretoras, João Lanza, e um dos custodiantes. A diretoria da BSM se reúne ordinariamente uma vez por mês e outra extraordinariamente. "Estamos revisando o regulamento para simplificar os processos", diz Matta Machado. Mesmo assim, muitos têm de fazer hora extra. "De vez em quando, levo uma sacolinha de processos para ler em casa."





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